quinta-feira, 26 de abril de 2012
Marilyn Manson entrevistado pela rádio BBC britânica.
Marilyn Manson foi destaque do programa The Rock Show da rádio britânica BBC Radio 1. Daniel P. Carter apresentou uma nova entrevista com Manson e duas novas músicas Slo-Mo-Tion e The Gardener do álbum Born Villain.
Marilyn Manson, um dos últimos da raça em extinção, definitivamente. A estrela do rock em todos os sentidos, todas as vezes que o entrevistamos foi um acontecimento.
A primeira vez que ele entrou aqui, eu disse que estava super nervoso em entrevistá-lo, tinha que desabafar. Funcionou bem, um verdadeiro quebra-gelo. Mas foi bom, porque ele estava sobre efeito de uma garrafa de absinto e quando nosso tempo acabou, deixei escapar um par de perguntas sobre algumas coisas que estava interessado em saber. Descobrimos que tínhamos alguns interesses em comum e continuamos com a entrevista. Na outra ocasião em que ele esteve em Maida Vale, quando veio fazer uma sessão para nós, ele estava absolutamente em outro nível. Desta vez, não correu muito bem, na verdade, acho que não havia praticamente nada que pudéssemos usar daquela entrevista. Havia alguns pedaços, foi uma edição difícil, vamos assim dizer.
Nós conversamos com ele recentemente, quando esteve na cidade fazendo a divulgação do seu mais novo álbum Born Villain. Fomos até o hotel Metropolitan, sentamos nos arredores do bar e literalmente queimamos dinheiro, foi uma boa bebedeira, mas não tão boa assim. Em seguida, fomos até o andar de cima e o achei bem diferente de como tem sido em entrevistas anteriores e outras coisas. Super humilde, pé no chão e muito animado para falar sobre seu novo álbum.
Eu achei o álbum ótimo.
Obrigado.
É engraçado, porque gosto dos dois últimos álbuns também, mas parece que esse cria uma ponte sonoramente falando, uma ponte de toda a carreira.
Quando você menciona “sonoramente”, me agrada. Fui bastante severo na produção e de fato, joguei um monte de guitarra nela, o que não tivemos muito no passado. Como produtor ou apenas como colaborador nas composições com Twiggy, não quis que ele escrevesse ou tocasse o que eu tinha em mente. Eu apenas o animava a fazer o que ele faz e o que tinha em mente e depois de feito, se eu tivesse uma ideia, ao invés de pedir para ele fazer, eu me forçava para o ano passado quando determinei me tornar um melhor guitarrista.
Então, fui capaz de tocar minhas ideias da forma que queria e não o pedi para fazer algo como um fantoche da minha ideia. Embora não haja um elemento de colaboração onde você faça isso, queria ser capaz de fazer por conta própria se precisasse e isso me deu a habilidade para decidir o que eu realmente queria na vida. Que seja nos relacionamentos ou música, se eu percebesse que posso fazer o que preciso por conta própria. Tive que ficar com os pés no chão, essencialmente como pessoa e como produtor do álbum e coisas assim. Estava ouvindo o que ouvia quando eu fiz meu primeiro álbum, Bauhaus, Joy Division, Ministry, Revolting Cocks..
Killing Joke também.
Absolutamente, a primeira faixa Hey, Cruel World… é Killing Joke, é 100%, essa foi a minha maior influência.
Sim. É definitivamente algo bonito, porque faz todo o sentido quando você diz que é o material que você cresceu ouvindo e faz sentido que eles estejam se atraindo como uma paleta sonora.
Sim, e acho que cheguei, nos últimos dois álbuns, ao ponto onde no Eat Me, Drink Me eu estava tentando ser mais pessoal e melhor cantor em algum sentido. E no The High End of Low foi uma grande tentativa de ser mais musical para Twiggy como guitarrista, ele assumindo a guitarra. Quando você se torna bom em algo, esse é o ponto onde você escuta aquele álbum da carreira de alguém e diz: “Eu queria que eles não tivessem feito isso, queria que eles tivessem feito de outra forma”.
E para não voltar atrás e soar como fiz no meu primeiro álbum, não era isso, precisava apenas me sentir da mesma forma, então tive que me desfazer de tudo.
Então me mudei para um apartamento / estúdio que não havia nada nas paredes, tudo que trouxe comigo foram meus livros, meus filmes e a guitarra que Twiggy escreveu The Beautiful People nela. Eram limitações, comecei a pintar apenas com tinta de tatuagem, então eu tinha apenas uma cor de modo a me tornar mais orientado em ser mais criativo. Se houvesse uma situação onde quisesse gravar uma música em que estivesse sozinho com uma guitarra, precisaria descobrir como fazer.
Como eu disse, muito mais pé no chão e humilde sobre as coisas. Ele mudou de gravadora e está agora na Cooking Vinyl que da uma certa ideia de liberdade a qual ele provavelmente não estava tendo no fim de seu contrato. Aqui está o que ele tem a dizer sobre isso…
Foi bastante libertador estar fora da minha antiga gravadora e estar em uma nova. Eles ouviram o álbum um ou dois dias antes de você. O que é ótimo, porque eles me disseram que queriam que eu fizesse o que faço e foi o que fiz, eu faço o que eu faço.
Isso é o que você precisa. Você não precisa de alguém chegando na metade do caminho rastreando algo e dizendo, “Ei, talvez se você fizer algo assim…”
Então você é um garçom e não um chef.
Porque alguém faria isso? Quem assinaria com um artista e faria isso?
Exatamente, esse é o ponto. Acontece o mesmo em relacionamentos às vezes, quando você conhece alguém e então, mais tarde alguém diz, “Oh, eu achei que você iria mudar”. Eles subitamente dizem algo que aceitaram ou engoliram, é como a música The Gardener.
É muito estranho para mim, acho que tive um momento de iluminação em minha vida onde percebi que a vida pode ser muito mais simples. Coloquei todos meus pertences em um depósito, tornando minha vida muito mais simples. Tenho um gato que preciso alimentar, tenho um estacionamento no quintal de trás e quero ser feliz. Percebi que se eu olhar para trás, nos últimos dois álbuns, minha única critica sobre minha própria vida e meu estilo de vida foi que depois que terminei as coisas, seja escrever uma música, ou fazer sexo, ou comida, ou qualquer elemento que você queira colocar, eu não estava satisfeito e não no sentindo de querer mais, mas no sentido que não estava feliz. Isso é bastante estúpido, porque se você está fazendo coisas na vida que não lhe fazem felizes e continua tentando, você não chega a lugar algum, só vai continuar a fazer você menos feliz e você começará a duvidar sobre quem você é. Posso olhar para trás e ver que isso era o que estava faltando na minha confiança e determinação.
Só tinha que perceber que a coisa mais atraente que acredito em qualquer forma de arte e qualquer pessoal ou qualquer coisas na vida é confiança, até mesmo na natureza, os pavões, por exemplo, ou leões, ou qualquer metáfora que queira usar, alguém ou algo que você se sente atraído e é isso que tive que perceber.
Acho a The Gardener tão aberta, sabe?
Sério?
Sim, acho que é bastante pessoal.
Agradecido.
Essa é provavelmente minha interpretação dela.
Há um monte de pessoas com opiniões particulares. Isso me agrada e respeito qual é a sua. Eu disse quando fiz essa música e também disse a você sobre como fui questionado se a versão recitada era mesmo certa ou não, eu a li porque a escrevi em um bloco de papel, eram 7 da manhã e minha voz estava dizimada, que é quando soo melhor.
Muitos dos meus melhores amigos e também as pessoas que me apoiaram, disseram que essa música se destaca por se algo bem diferente, o que você disse sobre ela é diferente do que outras pessoas disseram, mas todo mundo tem algo a dizer a respeito dessa música. Para mim, isso me faz feliz, porque originalmente não estava certo de como iria chamá-la, pois ela parecia ser a peça central do álbum. Essa e a The Children of Cain, porque essas são as duas que eu realmente usei o sentido do blues, há repetições no verso que nunca fiz anteriormente e o ritmo do meu cantar é diferente porque muitas das vezes eu estava cantando e tocando enquanto escrevia. Então notei a diferença, pois muitas vezes eu só cantava no ritmo no qual o Twiggy estava tocando, portanto tornou-se diferente, mas há uma repetição hipnótica para o álbum.
É assim que ele resume sua abordagem para o novo álbum.
Percebi que estava fazendo um álbum de modo que levasse as pessoas a sentirem algo e se visse qualquer hesitação em sua expressão, é claro que todo mundo vai gostar de algo diferente, todo mundo vai se atrair por algo diferente e claro que todo mundo tem um tipo diferente de coisas que gostam. Tocarei para pessoas que sequer gostam da minha música ou talvez nunca as ouviram. Eu tive que ter essa abordagem, não poderia ter a arrogância que você já ouviu tudo que fiz, então posso usar isso como minha vantagem ou desvantagem. Só queria ser “Ei, meu nome é Manson, quer ouvir alguma música?” E ver o que as pessoas pensam e ouvir a opinião de todos, mas não deixando isso me controlar.
Quando as pessoas dizem, “Eu não me importo com o que os outros pensam”, eu acho verdadeiramente ignorante. Não sou controlado pelo o que as pessoas pensam, mas é claro que me importo com o que elas pensam, é por isso que sou um artista, você quer que eles pensem em certas coisas e muitas das qual você não pode. Confusão é a única coisa que pode causar mudanças, confusão, caos, você só precisa inserir isso e essa é a única coisa que você pode fazer. Eu nunca tentei ser chocante ou desconcertante. No minuto que você é definido, você se torna um cinzeiro ou algo assim
fonte:http://www.manson.com.br/
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