sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quarta e última parte da entrevista de Manson liberdada pelo site loudwire.com.



Marilyn Manson fala sobre The West Memphis, Johnny Depp e mais.
Após ser culpado por tragédias tais com a de Columbine, você vê algum artista nos dias de hoje recebendo tratamento semelhante para quando algo terrível acontece?

Bem, pela primeira vez em minha vida, ontem à noite, conheci Damien Echols [do West Memphis Three]. Eu fiz um quadro para ajudar a levantar fundos para ele. Johnny Depp e eu nos tornamos o que chamamos, e soa um pouco… se você morasse em West Hollywood, um pouco não-masculino, mas West Hollywood Three. Johnny sempre tentou ajudá-lo [Damien] e ele se manteve com Johnny e nós temos uma ligação forte, nós três. Nós todos temos tatuagens iguais. Eu nunca o conheci [Damien] em pessoa até ontem à noite e para mim foi interessante. Qualquer luta ou adversidade que passei não se comprara com o que ele passou. E eu estive esperando 18 anos para conhecer esse cara e o conheci ontem à noite [8 de abril].
Johnny também passou por vários acontecimentos na vida e eu estive no Anjos da Lei  quando tinha 19 anos – é engraçado, ninguém sabe que fui um jornalista. E eu conheci o Johnny  há anos e nunca fizemos músicas juntos, e só agora fizemos a cover da You’re So Vain. Não diga essa merda, mas eu e Johhny ensaiamos porque ele vai tocar comigo ao vivo [no Revolver Golden Gods Awards 2012]. E não quero que ninguém saiba disso porque isso arruinará a surpresa e vou te caçar e cortar seu pau fora se contar. [Risos]
Os dois últimos dias da minha vida têm sido bastante emocionantes – Johnny Depp está ensaiando com minha banda porque queremos tocar algumas coisas ao vivo. Eu o conheço há bastante tempo desde quando começou sua banda, a The Kids, em Ft. Lauderdale. E eu tinha a minha banda, a Marilyn Manson e The Spooky Kids também em Ft. Lauderdale. É estranho eu o conhecer todos esses anos e nunca tivemos feito música juntos. É emocionante tocar You’re So Vain juntos e ela se aplica a ambos no sentido das pessoas que nos cercaram no passado.
Ele, eu e Damien, todos de formas diferentes, somos pessoas conhecidas, e de maneiras diferentes estamos passando por uma mudança total na vida; de maneira diferente estamos olhando a vida através dos olhos de alguém que não está cansado; de maneiras diferentes de todos que possuem suas opiniões a respeito de nós ou que acham que sabem algo sobre nós, mas eles não sabem; e nós estamos sendo considerados subjulgados pelo sentimento de libertado pelo fato de que somos capazes de chegar a esses termos.
Por tanto essa tem sido minha espinha dorsal para quase tudo; estou sendo capaz de ter amigos que não são apenas os membros da minha banda, mas amigos que têm passado por muita merda. Merdas diferentes. Todos nós já passamos por merdas diferentes, e é estranho porque cada um de nós achamos que passamos pelo pior. Isso é o que é incomum sobre nós. Sinto que todos nós dissemos, “Eu não passei pelo o que você passou.” Nós todos dissemos isso uns aos outros e essa é uma experiência muito interessante.
Quando soube que os West Memphis Three foram finalmente foram libertos da prisão, eu quase comecei a chorar…

Eu chorei, eu chorei, cara. Digo, aquele filme [Paradise Lost] me faz chorar. Quando eu o conheci pela primeira vez ontem à noite, foi como um irmão. Senti como se o conhecesse há anos. Conversei com ele por telefone durante todo o ano passado, mas nunca o conheci pessoalmente. Senti como se o conhecesse a minha vida toda. Ele é forte. Ele já passou por tanta coisa. É engraçado, porque estávamos tendo uma simples conversa que ele poderia enviar um email via um iPhone. Johnny e eu dissemos: “Bem, nós estamos no mesmo barco. Acabamos de descobrir isso agora.” [risos] O entusiasmo infantil de olhar o mundo está muito vivo em mim e em meus amigos. Essa é a única maneira de ser capaz de fazer um álbum parecer ser 100 % autêntico a minha personalidade.
Eu tive um monte de pessoas sentadas na sala enquanto cantava. Os vocais foram gravados de uma única vez. Claro que há mais de um vocal às vezes. É diferente de tocar ao vivo porque você já gravou o álbum e as pessoas estão lá ver seu concerto. É uma situação totalmente diferente quando você tem fones de ouvido, há pessoas sentadas ali, olhando para você e tudo que eles ouvem é a sua voz. É pior do que… poderia ser pior do que ler um relatório em frente de toda a sala de aula. Ao invés disso, levei isso como um desafio excitante. Você cresce mais para a ocasião.
Então tive que ser melhor entretendo, ser interessante ou provocante. Estava fazendo música para as pessoas sentirem algo. Na maioria das vezes era um verdadeiro rock ‘n roll não clichê, mas algumas vezes clichê, quando eu estava tentando deixar as garotas excitadas com o que eu estava fazendo. [risos] É muito difícil perceber no que as pessoas se atraem em você. Não percebi que algumas coisas que estava de saco cheio, da mesma forma de quando você vive em uma casa e está cansado de olhar para os móveis do jeito que está, ou seja, o que for – eu não percebia as coisas que as pessoas achavam atraente em mim enquanto um cantor.
Então eu pediria a opinião das pessoas e isso gravitaria em algo e uma música tipo The Gardener – originalmente eu fiz uma versão falada… Eu só queria fazer isso porque queria gravar as palavras, porque as tinhas em minha cabeça, então gravei, voltei e ai cantar. Ninguém havia escutado a versão falada dela, e todo mundo adorou, então não a refiz. Eu não sabia que seria algo que atrairia as pessoas, e percebo agora que se eu tivesse o senso comum de pensar que eu comecei, antes de ter uma banda, eu… E nem tenho vergonha de dizer… que eu lia poesia em noites de prosa.
Seja o que for, eu não vou questionar, se as pessoas gostam do que eu faço quando falo, é o que vou fazer. Por isso fiz muito disso no álbum, e me diverti fazendo isso, e sabia ter múltiplas personalidades, tenho certeza… [risos] Não estou certo de quantas, mas provavelmente mais do que preciso – tendo a ir em diferentes.. não personagens, mas falo de forma inusitadas no álbum e é divertido pra mim fazer isso, mas não é para ser comédia, é pra ser o que é pra ser. Você pode sentir o que quiser sobre o álbum, desde que você goste. 

Eu acho uma maneira impressionante para começar The Gardener, e é realmente bom saber que Damien está bem. Eu li o livro Almost Home, eu o escrevi uma carta quando estava na prisão… obrigado por compartilhar isso.

Sim, digo, ele é ótimo. Nós vamos fazer um vídeo juntos para Hey, Cruel World. Isso na verdade deveria acontecer hoje à noite [8 de abril]. Acho que essa música foi a que ele realmente se identificou. Estou ansioso para isso, e acho que é ótimo que você tenha um sentimento forte por esses filmes, porque para mim, ser parte da ajuda para ele sair daquela situação, me faz sentir que eu fiz algo realmente bom na vida. De uma maneira diferente, eu estava na minha própria prisão. Tive diferentes amigos que acreditaram em mim. Claro que não é a mesma coisa, mas em diferentes maneiras é como nos identificamos um com o outro.
 fonte:http://www.manson.com.br/

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