Há momentos no mundo do jornalismo musical onde você sente como se
seu coração estivesse na garganta e você fica com tanto medo que você
pensa que suas entranhas vão sair pela bunda. É uma clara tarde de
primavera, o tempo é morno, se não tropical, marcando 20ºC, e estamos
perto de pegar um elevador para o 10º andar do hotel Metropolitan, um
dos lugares mais pretenciosos de Londres, para passar uma hora na
companhia do Marilyn Manson, que está para lançar seu próximo álbum, Born Villain.
"E por que tanto nervosismo?" você deve se perguntar no conforto de
onde você esteja lendo essa revista, enquanto o elevador apita e estamos
perto de chegar ao destino que nos espera. Bem, estamos aqui, mano a
mano, com um homem que tem uma história de comportamento estranho e que
é, possivelmente, o artista mais temido na história da música, para
perguntar o que está na ponta da língua de todos há quase uma década:
"Que porra está acontecendo com o Marilyn Manson e por que alguém ainda
deveria se importar com o que ele tem a dizer em 2012?". O pensamento de
que talvez nós estivéssemos a ponto de ter nossos dentes quebrados
passou pela nossa cabeça uma ou duas vezes. Ou três vezes. Bem... Você
entendeu.
Chegamos ao nosso destino e estamos no quarto de hotel onde
passaremos a próxima hora com o Deus da Foda. Nessa conjuntura, é
provavelmente melhor que falemos sobre como o Manson gosta de ser
entrevistado. Você deve ter ouvido falar de que ele gosta de que seja
tudo escuro, e é - a luz do sol invadindo a cortina ilumina mais a sala
do que as lâmpadas em si. Você já deve ter ouvido que ele gosta da
temperatura polar, quase ártico e é - estamos congelando. E então ele
entra na sala, gigantemente alto e dominando antes mesmo de falar uma
palavra. Ele nos olha fixamente e aponta para a cama aonde vamos sentar.
"Não vamos foder, vamos?" ele diz naquela voz icônica e barítona.
Brincamos dizendo que ele teria que comprar o almoço para nós
primeiro. Até para os padrões do Marilyn Manson, é um jeito bem 'WTF?'
de começar uma conversa com alguém que você nunca conheceu antes.
"Antes de você estar aqui, havia 17 caras, todos com bigodes e
câmeras, e foder foi a primeira coisa que veio à cabeça" ele diz em
referência a uma entrevista que ele acabara de filmar para a MTV. Sim,
uma situação como essa só pode acabar de um jeito, né, Mazza?
"Na verdade, eu posso pensar em diferentes coisas em que uma situação
dessas vai acabar," Ele responde em um tom que faria o Coringa
interpretado pelo Heath Ledger suar para ganhar a Copa do Mundo de
psicopatas divertidos. É bem engraçado e também a primeira de várias
vezes que não conseguimos parar de pensar de que ele ainda tem o poder. O
que tem sido bem difícil nos últimos anos é lembrar exatamente ele teve
isso pela primeira vez. Não é difícil dizer que foi no final dos anos
1990 e o novo milênio. Manson foi o artista mais elétrico dentro da
música. Ele lançou discos altamente conceituais que são tão profundos e
complexos que não existe outra maneira de descrevê-los a não ser geniais
(visite o nachtkabarett.com para ver o quão complexo ele era, particularmente entre o Antichrist Svperstar e o auge da carreira, Holy Wood).
Ele fazia shows genuiamente perigosos, que incluiam a imitação de
comícios Nuremberg enquanto rasgava páginas da Bíblia, atiçando
políticos, pernas de pau, cortando seu peito para, literalmente, sangrar
por sua arte e - no Milton Keynes Bowl em 1999 - mostrar a sua banda.
Os videoclipes, o fator do choque, o perigo... elementos nos quais foram
definidores de uma geração, delcarações icônicas que chamaram a atenção
do mundo inteiro, não apenas dentro do rock, mas em toda a mídia -
insultando moralmente as pessoas estúpidas que merecem ser insultadas
moralmente.
O motivo pelo qual sentimentos a necessidade de recaptular tudo isso é
porque, para todos os efeitos, os últimos anos foram uma merda tão
grande para ele que são fáceis de esquecer. Não apenas com seus dois
últimos discos, que ficaram muito aquém do altíssimo padrão dos
trabalhos anteriores, seus shows foram um desastre. Ele foi substituído
pelo Rammstein e Slipknot durante a década passada quando se trata de
imagem perturbadora, vídeos e espetáculo ao vivo. Houve fusões
acontecendo em frente da imprensa e relacionamentos espalhados pelos
tablóides. Novamente isso nos leva à questão mais vital e a maior coisa
que todos querem saber com relação ao Marilyn Manson em 2012: O que está
acontecendo com um dos verdadeiros artistas do rock e como isso
aconteceu?
"Acho que os dois últimos discos foram um período que tiveram que
acontecer, não importa o quão eu não quisesse," oferece Manson, dando um
gole de água e colocando perto de seus pés, onde um copo com um
luminoso absinto também reside. "Se você senta e lê o que todos dizem
sobre você, chega uma hora que isso te afeta e você começa a repensar
quem você é."
Houve um período específico em que você começou a fazer isso? "Depois do The Golden Age of Grotesque",
ele responde rapidamente. "Eu não creditaria aquela mudança a qualquer
relacionamento pessoal, mas eu estava em uma rotação e satisfeito com a
minha música e minhas exposições e parece que tudo ficou instável depois
daquilo." "Foi um período em que estive me redescobrindo e
reconstruindo", ele continua. "Custa muito você se humilhar e admitir
que você está fazendo uma volta, mas é isso que tem que ser descrito
quando você passou por um período onde você não foi tudo que deveria
ser. Não um 'Eu não sou o que costumava ser', porque eu não quero
remontar o passado, mas mais um 'Não sou o que preciso ser'. Os dois
últimos discos não são discos que eu ache que me represente tão bem
quanto esse novo disco, ou os que vieram antes deles. O The High End of Low
foi apenas um caso de sobrevivência. Não sei o que teria acontecido se
eu não tivesse lançado aquele disco e isso é literal. É um disco triste
para mim e para aqueles ao meu redor, mas aquela foi uma época onde a
tristeza era a emoção que existia dentro de mim, e dessa vez eu queria
fazer um disco igual aos que eu amo do Bauhaus, Bowie, The Revolting
Cocks ou Ministry. Eu quis fazer um disco que me fizesse ter vontade de
foder ou quebrar algo."
A atual percepção dentro da fraternidade do metal é que o Manson
virou algo como o personagem Roy Munson da vida real, que foi sumindo
lentamente do olho público do mainstream, seu melhor trabalho atrás dele
e sua criatividade condenada a nunca retornar. Vamos encarar, há várias
bandas e artistas por aí que são chamadas de lendas que nunca fizeram
um trabalho que fizesse justiça ao tal legado, alguns dos quais por
períodos muito maiores que os do Manson, mas seu declínio foi tão rápido
que ele quase virou o garoto propaganda por ter o mundo na palma da sua
mão e deixar escapá-lo pela pontas dos dedos.
"Estou cansado" diz Manson, colocando um dedo em sua têmpora e
apoiando-se ao lado da cadeira. "Eu nunca quis ser mainstream ou pop. A
maneira como você atrai um público é ser o que quer que você faça de
melhor, e é tão grande quanto você é bom nisso. O que me levou à minha
nova gravadora se comparado à antiga, é que eu disse, "Se você pode
foder alguém melhor, por que não fazer isso?" Se você acredita na
Bíblia, o homem tira sua costela e coloca na sujeira para criar a mulher
e então a mulher fode a cobra. Você coloca seu coração e alma em um
disco e lança ele, mas então sempre tem mais alguém. Acho que confundi
relacionamentos e música, e sofri em ambos os casos. Não fiz coisas de
uma maneira que estavam me agradando. Eu me senti pior após cada disco
que fiz, após qualquer coisa que eu tenha criado antes."
Parece que estamos sendo injustos com o Marilyn Manson ou
dificultando as coisas para ele. É porque você precisa alcançar o fundo
do poço antes de encontrar uma redenção pessoal. O fundo do poço veio no
verão de 2009. Subindo ao palco do Download Festival de 2009. Ele
parecia, falando francamente, muito chapado e o set foi um desastre
total. "Se você mostrasse ao Manson de 1996 um vídeo do que ele acabou
de mostrar, ele teria explodido seu cérebro" foi o resumo de uma pessoa
próxima ao Manson logo após o show. Durante o mesmo período, enquanto
era entrevistado pelo The Times, Manson mostrou ao jornalista
uma foto de sua então namorada, a atriz pornô Stoya, com uma suástica
que ele havia raspado nos pelos pubianos. Ele também estava escalado
para ir ao Metal Hammer Golden Gods para receber nosso prêmio
Icon, mas, após seu assessor de imprensa ter tentado por quatro horas
tirá-lo do quarto do hotel, ele não apareceu e então deu a seguinte
declaração: "Eu teria derretido o prêmio em uma haste, então eu poderia
bater em todos os jornalistas filhos da puta em todo o continente do
Reino Unido, exceto pela Metal Hammer. Se alguém deve ser
esfaqueado, deve ser eu," disse Manson soando envergonhado e nos
deixando com um sentimento um pouco como se estivéssemos balançando o
dedo para a criança perversa na classe. "Foi uma época ruim em que não
posso culpar ninguém além de mim. Tava foda!" ele ri, a maldade ecoa
pelo quarto.
"Me identifico com o personagem Hank Moody do Californication ou o Kenny Powers do Eastbound & Down ou Dexter,
porque eles são personagens que são fodidos," ele explica. "Mas você vê
redenção neles e foi isso que eu tive que perceber em mim. Percebi que
sou o cachorro que caga no chão as pessoas irão me deixar com isso e
que mesmo se eu for sedutoramente repreensível, eu quero ser melhor."
"Lembro de mim pensando, "Por que tudo ao meu redor está
desmoronando?" Ele admite de uma maneira que é mais um fato do que
mostrar qualquer sinal de vulnerabilidade. "Não consigo criar arte
quando não estou inspirado, então talvez eu não esteja inspirando meus
amigos e as pessoas que trabalham comigo. Talvez eu precise ser uma
melhor inspiração e mais agressivamente entregue. Não fico mais puto ou
triste comigo mesmo. Sinto que posso realizar qualquer coisa que eu
queira e já faz um tempo que me sinto assim. Sobre isso que é o disco. É
essencialmente redenção. Você pode falar o que quiser, mas agora eu
tenho um disco, posso tocar algo para as pessoas que elas possam
acreditar. A maior arma que eu tive na guerra contra mim mesmo foi ter
controle sobre minha própria vida. Não precisei de reabilitação ou
religião ou um relacionamento."
A reabilitação foi uma opção legítima quando a vida saiu do controle?
"Fui para a reabilitação uma vez, após o The Golden Age of Grotesque e eu fui voluntariamente," ele diz com um olhar divertido e um sorriso no rosto. "Fui a esse famoso lugar chamado Promises,
em Malibu. Fui por três semanas. Expliquei ao médico que eu bebo e uso
essas drogas e perguntei o que era uma desintoxicação. Ele perguntou
quando eu bebi ou usei drogas pela última vez. Disse que fazia cinco
dias e ele disse que eu já estava basicamente desintoxicado das drogas e
álcool, e então me deu um Rivotril, que é uma extensão do Valium.
Perguntei para ele quais eram as piores drogas e a coisa que ele havia
me dado era muito mais viciante do que qualquer coisa que eu tenha usado
e falei que era tudo uma besteira. Aquele dia tudo mudou. Falei com meu
pai no telefone em Ohio e ele disse que eu tinha que sair de lá porque
aquilo iria me arruinar como artista. Ele sentiu que queriam me
transformar numa pessoa que não tivesse altos e baixos. No dia que
quiseram me expulsar, uma mulher de 90 anos de idade foi internada lá.
Ela era a única pessoa que queria falar comigo no tempo em que fiquei lá
e eles consfiscaram o spray de cabelo dela. Conversei com ela e ela me
disse que a família dela colocou-a lá. Com 90 anos sua família deveria
te comprar um caixão ou uma porrada de drogas. As pessoas do Promises
pegaram o spray dela porque acharam que ela iria cheirá-lo. Eu disse
que, anos 90 anos, você deveria cheirar o spray se quisesse. Eles
ficaram putos comigo por eu ter dito aquilo e me repreenderam, então eu
falei, "Foda-se isso, tô saindo fora." Essa foi a minha experiência com a
reabilitação."
É importante deixar claro que o Manson não está dizendo que está
limpo do álcool e das drogas. Vamos reconhecer (se não celebrar) que o
Manson seja capaz de manter a aparência elegantemente chapada na era
moderna, e carregar a arte perdida de ser um verdadeiro rockstar. Não é,
pelo menos, um pouco legal de saber que ele ainda é perigoso? Sejamos
honestos, o Slipknot virou muito menos intimidador quando você descobre
que o Corey Taylor é, na verdade, um cara engraçado que está em sintonia
com seu lado brincalhão, indo a premiações usando um tweed brilhante.
Seu coração não afunda um pouco quando você vê uma banda tipo a
Motionless in White, que faz vídeos mostrando brigas com protestantes
religiosos e retratando graficamente a crucificação de Cristo em seus
vídeos, e descobrir que eles são straight edge? Durante a incrível
sessão de fotos para o exemplar que você está lendo, Manson virou uma
garrafa inteira de absinto, divertidamente começando sua primeira
conversa com uma nova assessora de imprensa dizendo, "Adoraria dar um
soco no seus peitos" e conta uma história altamente difamatória que não
podemos contar para vocês envolvendo narcóticos e chiclete. Genne
Simmons, ele não é.
"Quando eu conheci o David Bowie, pedi um conselho e ele disse algo
do tipo que ele ficou de saco cheio de tudo e encontrou um balanço," diz
Manson. "Quando as pessoas dizem que o alcoolismo ou abuso de drogas é
uma doença, isso é besteira. Existem algumas regras. Não use
metanfetamina porque faz seus dentes caírem. Não use heroína porque uma
dose errada e você morre. Tive amigos que morreram disso, mas isso não
significa que você não possa beber. Não vamos colocar tudo na mesma
categoria. E também, beba e use drogas quando você está de bom humor e
não num mau humor. O humor irá aumentar em ambos os casos."
Você sente falta de ser o homem mais temido em todo o entretenimento ou o Inimigo Público Número Um?
"Não necessariamente, mas estamos em uma época estranha, onde as
pessoas sempre dizem, "não é muito chocante" em conjuntura com o meu
nome," ele aponta. "Nunca foi pra ser chocante, a única coisa que você
pode ser é confuso. Caos é a única forma de comunicação nesse ponto.
Essa é a verdadeira arte."
"Se eu vou a um bar, é pesado descobrir como se comunicar em
Hollywood. Vou no estilo fora da lei, tiro a jaqueta de couro e viro
macho se alguém mexe com a garota que estou ou age como um babaca, mesmo
se eu estiver usando batom. Curto aqueles personagens de livros e
filmes que lutam pelo que acreditam, e isso funciona contra mim. As
pessoas ficam felizes de brigarem com alguém que elas veem como um
cifrão. Se eu dou um soco em alguém numa luta justa, sou punido de uma
forma diferente que eles. Tenho que me segurar. Dito isso, eu tentei
roubar um carro em Las Vegas no Halloween. Tinha um canivete, mas tive
que parar no ato."
"Não estou dizendo que estou sóbrio; não quero ficar sóbrio," ele
continua. "Estou em uma posição de não me autorizar a ser menos a pessoa
que eu devo ser. Sempre soube disso e é por isso que é uma merda ficar
depressivo. Você entra em depressão porque você sabe que você não é o
que deveria ser. Você precisa levantar suas calças, colocar as botas e
começar a chutar sua própria bunda. Essa é a única saída. Foi um caso de
eu mudar a atitude e perceber que isso é o que eu queria fazer minha
vida toda. Isso é para ser divertido, por que não é mais divertido?
Percebi que isso é o rock n' roll. É pra ser excitante e divertido."
"Se você tivesse me perguntado isso há uns quatro ou cinco anos, não
tenho certeza de como eu ficaria," disse o Manson. "Talvez eu teria
ficado ofendido porque quando você está no meio de não ser o que você é e
você está tentando se convencer de que você é algo que você não é, é
uma batalha. A coisa toda é que eu tive que... não amadurecer,
definitivamente não é o que a coisa a se dizer porque estou mais
infantil do que nunca, mas eu apenas percebi que a vida não é tão
complicada assim."
"A vida ficou complicada pra mim porque eu senti como se estivesse
inapto a fazer as tarefas mais simples, não porque eu sou famoso ou uma
primeira dama, mas a meu isolamento auto imposto começou a ter seus
efeitos sobre mim. Eu comecei a sair e me divertir com os meus amigos
novamente. No mês passado, fiz um filme com o cara que fez Rubber, que é o meu filme favorito do ano passado e então eu gravei o vídeo da No Reflection,
peguei um avião, fiz turnê e tem sido um período excitante de fazer
coisas ao invés de sentar sozinho e ficar... não assustado, mas não
muito longe disso. Foi um caso de afiar minhas garras novamente."
Após períodos em que a solidão, depressão e destruição pessoal
tomaram a vida e alma do homem conhecido anteriormente como Brian
Warner, fica claro que algo drástico teve que acontecer - porque o homem
que senta diante de nós hoje não mostra nenhum sinal dessas coisas. Ele
está totalmente confiante, incrivelmente charmoso, completamente
espirituoso e perversamente divertido. Seu senso de diversão é claro
para todos verem e não há nenhum traço da natureza volátil e errática
que tem sido bem documentada e aparente nas questionáveis aparições
públicas nos tempos recentes. Ouvimos histórias de sessões de fotos
durando 14 horas e ele arrancando pelos dos peitos dos jornalistas que
ousavam em questionar seu legado recentemente, mas hoje, enquanto ele
claramente ainda é capaz de ser O Homem Que Você Teme, ele parece estar
em controle de seu próprio destino pela primeira vez em muito tempo.
"Por volta de um ano atrás, eu comecei a gostar de fazer o disco,"
ele diz. "Se as merdas começavam a ficar sérias, eu começaria a fazer
escolhas sensatas ao invés de irracionais. Eu estava em um
relacionamento que estava dando errado e percebi que se outras pessoas
estavam dizendo, "Não consigo mais suportar isso", então eles não tinham
que suportar. Essa foi a Evan Rachel Wood e (não pra citá-la), mas às
vezes na vida, eu tenho notado que eu me atraio pela coisa errada. Seja
um relacionamento ou um conceito. Arrumar algo que está quebrado
arrumaria o que é errado em mim. Me descrevo como um imã para mulheres
machucadas. Frequentemente me atraio por coisas que são mais complicadas
do que eu porque não queria lidar comigo mesmo."
Após três noivados mal sucessidos, os tablóides dificultaram seus relacionamentos?
"Não, namorar atrizes deixou as coisas mais difíceis," ele diz. "Se
você quer ficar fora dos tablóides, não foda atrizes. Simples assim. Sou
romântico e me apaixono por várias coisas. Amor é uma palavra
complicada. Eu amo tomar absinto, amo respirar, amo usar drogas, amo
rock n' roll, então quando você diz a alguém que a ama, a palavra 'amor'
não é suficiente para definir o que você sente por ela."
Se ainda não ficou aparente, o motivo desse novo sentimento revigorado dentro do Manson é sua felicidade com o Born Villain.
Como dito antes nesse exemplar, ele está eriçado com orgulho pelo
esforço, e o começo de sua criação coincidiu com seu novo senso de
felicidade pessoal e clareza. Gravando em seu novo lugar em Hollywood,
sua elevada criatividade e canalizando com sua própria loucura foi
perfeitamente capturada na criação do disco.
"Não dei pausa no meu processo nesse disco. Apenas fui com a minha
coragem. Não houve um "É cativante?" ou qualquer coisa assim. Fiz coisas
que me faziam sentir, ele revela. "Foi a mesma coisa com a minha
performance ao vivo. Seduzindo as pessoas que estavam comigo na sala,
levando-as a ficarem com raiva ou animação, o que quer que seja, é mexer
com a emoção das pessoas. Toquei para pessoas famosas, pessoas que mal
conheço, garotas bêbadas, traficantes e gravei os vocais porque eu
queria que eles sentissem algo como eu senti. Você pode ouvir sirenes ao
fundo na Murderers Are Getting Prettier Every Day porque eu
quebrei uma janela no estúdio e você podia ouvir o crime lá fora sendo
capturado enquanto eu estava gravando. Foi tudo uma questão de capturar
emoção."
Enquanto o Born Villain talvez não capture as glorias de sua época dourada, é a melhor coisa que ele lançou desde o The Golden Age of Grotesque
há quase uma década. E o mais encorajante disso tudo é que é
perceptível, em suas palavras e entrega, que há um reconhecimento de que
ele estava indo para o fundo do poço e que está mostrando disposição
para ser grande de novo, uma volta à redescoberta da forma que o levou a
se tornar uma das figuras mais icônicas e celebradas do metal.
"Preciso colocar tudo que tenho nisso," ele diz de forma convicta.
"Tenho que mostrar determinação, ser ambicioso, ser confiante e não
aceitar nada de graça. Tenho que estar completamente 100 por cento
pronto para lugar, foder ou fazer o que for preciso. É uma guerra contra
mim mesmo não ser tão grande como eu deveria e mudar isso."
fonte:http://www.marilynmanson.com.br/home.php
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