
Povo de Los Angeles considerem-se avisados: Marilyn Manson agora vive entre vocês.
Depois de mais de uma década de generosa reclusão em seções de Hollywood Hills e o Vale de São Fernando, o visionário roqueiro tomou resistência em um apartamento barato localizado acima de uma loja de licor próxima a mais movimentada interseção de Los Angeles. Ao invés de andar com limousines pretas para todo lugar, ele tem sido visto recentemente andando pela cidade com um caro barato com uma folha gigante de maconha estampada.
“Eu o chamo “escondendo em vista lisa”, ri Manson – que irá se apresentar no Revolver Golden Gods em abril. Ele afavelmente nos levou para uma excursão pessoal em seu novo local. Escassamente mobiliada e desprovida de qualquer tipo de ornamentação arquitetônica, o espaço, mal iluminado irradia todo o charme de um dormitório colegial. Além de livros e DVDs, não existem efeitos pessoais à vista, sequer todos os muitos espécimes de qualidade que vimos alguns anos atrás durante nossa última visita a casa de Manson.
Mas conforme nossos olhos se ajustam a escuridão, a finalidade utilitária do local se torna aparente. A ampla e branca parede da sala foi re-proposta como uma gigante tela de projeção; na qual passava Kill List um recente thriller britânico. O distante canto da sala está desorganizado com dúzias de deslumbrantes aquarelas de Manson, muitas em que são totalmente feitas em tintas pretas de tatuagem; um auto-retrato em progresso de sua namorada e modelo fotográfica Lindsay Usich encontra-se secando sobre um pano caído. Na sala ao lado, um estúdio de alta qualidade equipado fica esperando para explodir faixas de Born Villain, o oitavo álbum de estúdio de Manson e o primeiro desde The High End of Low de 2009.
Embora o apartamento não possa aparentar muito, ele contém vários encantos de Manson, que esteve pela primeira vez aqui durante seu álbum de 1996, o Antichrist Superstar. Naquele tempo, o local pertencia ao ator de Titanic, Billy Zane; ele e Manson se reuniram várias vezes aqui, incluindo aquela de natureza artística. Inspirado pelas incursões de Zane dentro da pintura, Manson criou sua primeira tela nesse local. Portanto, ele diz, fazer perfeito sentido para ele escrever e gravar seus novo álbum aqui.
“Eu estive pela primeira vez aqui no ponto da minha carreira onde eu sentia que tudo estava na minha frente, não cansado por nada, ainda excitado e novo,” ele explica. “Esse lugar tinha um tipo de magia, porque foi onde eu fiz minha primeira pintura. Eu decidi que eu queria me recriar, e eu não podia realmente fazer isso sem algum tipo de mudança na atmosfera. Então quando eu voltei da minha última turnê, eu deixei todos meus tesouros, meus milhares de babuínos e meus uniformes nazistas – ele diz sarcasticamente,” Manson interpõe com um sorriso, “num armazém. Eu deixei tudo pra trás, excerto meus livros e meus filmes, e fiz um local que é apenas preto e branco, literalmente. Eu não trouxe qualquer tipo de arte comigo, eu forçarei fazê-la.”
Manson leva a Revolver dentro de seu estúdio de gravação, onde ele delicia-nos para um preview completo de Born Villain. Quer ou não, é emerso a magia inerente do apartamento, o álbum é inegavelmente o mais fresco e mais sonoricamente focado álbum de Manson desde Holy Wood (in the shadow of the valley of death) de 2000. Embora o grito infernal de Manson seja inconfundível em tudo, faixas como “Slo-Mo-Tion”, “Breaking the Same Old Ground”, “Pistol Whipped”, “Born Villain” e até a perversa e épica “The Gardener”, da uma idéia mais enxuta e pretensiosa do que qualquer coisa na sua obra recente. Com a sua dinâmica hipnótica e curta, facadas afiadas de guitarras distorcidas (tocadas, em muitos casos, pelo próprio Manson), Born Villain soa menos a um regresso aos seus primeiros álbuns que uma atualização da música pós-punk que originalmente o espirava.
“Ele realmente não soa com qualquer um dos meus antigos álbuns,” ele admite. “De fato, é como o tipo de música que eu ouvia antes de fazer álbuns – Killing Joke, Joy Division, Revolting Cocks, Bauhaus, Birthday Party”.
“É muito ritmo-conduzido,” ele continua, “e é realmente muito ‘bluesy’. É o primeiro álbum onde eu repito versos. Eu simplesmente canto as palavras em diferente tom. Eu nunca fiz isso antes, pois eu sempre senti que precisava escrever letras grandes no passado. Há algumas músicas como “The Gardener” e “Children of Cain”, que realmente conta uma história, então eu as coloquei no centro. Quando é finalmente seqüenciado no caminho certo, eu acho esse provavelmente será o grandioso conceito do álbum como um todo. E ele não é ficcional como poderia ter sido… e não é em terceira pessoa.”
A festa de audição acabou, nós partimos para sala, onde – absinto para Manson, vinho para a Revolver, e vários punhados de Fruit Gushers para nós dois – chegamos para dissecar a mais recente encarnação de suas evolução artística.

Como viver nesse apartamento impactou na criação de Born Villain?
Ele o alimentou, e esse álbum veio junto mais organicamente por causa dele. Eu nunca toquei guitarra o tanto quanto eu toquei nesse álbum. E tornei um objetivo para mim, dominar as coisas que eu faço. Estou tentando ser um melhor pintor, e eu fiz uma tonelada de pinturas nesse ano passado. Eu estou tentando me tornar um melhor fotógrafo. E principalmente, fazer esse álbum, eu toquei guitarra na mesma afiação e no mesmo estilo que [colaborador de longa data e parceiro de banda] Twiggy me ensinou na primeira vez. É uma afiação aberta, guitarra inclinada, mas especial. Você pode ouvi em “Antichrist Superstar”, “Apple of Sodom” um monte de sonoridades únicas que eu não necessariamente toco-as no passado, mas que eu senti que foi a essência da música. Se eu tivesse que sentar e repensar, eu não estou nessa banda – o que eu gosto a respeito dessa banda? Eu tive que me separar e ser objetivo…
Bem, o que você percebeu com isso?
Eu percebi que eu comecei essa banda, porque eu era um fã de música, e eu achava que eu poderia fazer músicas que fossem mais interessantes que daquelas pessoas que eu estava entrevistando quando eu era um jornalista. Marilyn Manson, como uma idéia, nunca foi simples na composição de música. Em álbuns passados, o último especialmente, eu tentei fazê-lo bastante musical no senso que foi Twiggy e eu se re-identificando como músicos. Foi focando na música em um senso diferente. Os últimos dois álbuns que eu fiz, eu ainda estava por detrás, eu ainda gosto deles. Eles representam um período da minha vida, embora, eu não associe com coisas que são tão agradáveis de ouvir. [risos] Eu os vejo como, se alguém está procurando por algum tipo de conexão ao desespero, e uma tentativa de ressurreição, está lá. Embora, eles não tenham a faísca que significa o que Marilyn Manson era no começo, o que foi como pessoa.
Em qual parte você percebeu que você estava perdendo essa faísca, e isso foi algo que você precisava recuperar?
Bem, o completo “Não chame isso regresso”… Demorou um bom tempo para eu perceber que precisava voltar ao centro do que eu era. E não foi somente que havia uma falha que me chocou nisso, ou algum grande erro da minha parte. Fui apenas percebendo que eu não tinha a faísca que eu costumava ter em mim – porque eu não a tenho? Porque eu não tenho aquele fogo? Eu tinha que admitir a mim mesmo que eu não era o que eu fui. Agora, eu não quero ser o que eu era, mais eu não tenho a mesma ambição e condução, a determinação, o destemor, a raiva e implacabilidade que eu tinha quando eu comecei. Eu tenho parte disso, diferentes elementos, diferentes porcentagens. E eu não estou falando que as coisas que eu fiz anteriormente foram irrelevantes. Eu tive que fazê-los para chegar a eles. Mas eu acho que parte disso estava chegando a um acordo com as coisas de família, como minha mãe ficando doente e diagnosticada com demência, sendo confrontado com esse conceito.
Vindo ao termo com a mortalidade – não de mim próprio, por que sempre fui muito destemido disso, e eu nunca tenho medo de morrer pelo o que eu acredito. Mas sempre irei fazer piadas e negá-la em um tipo de senso Patrick Bateman [personagem psicótico americano]. Eu não sou completamente desprovido de sentimentos humanos. Eu tenho sentimentos, e eu tenho muito mais sentimentos que as pessoas provavelmente imaginam, e isso é o que me torna tão vigiado. Então custou muito para mim, chegar a esse termo. Eu tive que provar as pessoas que eu já conheço e cuido de mim, que eu sou solidário no valor de cuidar, e que eu sou um filho da puta a ser contado. E eu quero mostrar ao resto do mundo exatamente o que eu mostrei a eles. O que quer que tomasse a atenção das pessoas, o que os façam querer ouvir o meu primeiro álbum. Eu só queria que tivessem brilhos nos olhos, que queimem em mim.
NÃO HÁ MAIS NADA QUE VOCÊ POSSA FAZER PARA CHOCAR. TUDO QUE TEM QUE FAZER É SER CONFUSO.
Esse é o seu segundo álbum com Twiggy desde que ele retornou para a banda. Como sua relação de trabalho com ele mudou durante os anos?
Bem, depende. Tem sido uma estrada estranha. Ele teve um ano estranho, um ano transformacional para ele. Eu não falarei sobre a vida pessoal dele, mas… eu era muito mais grosseiro, musicalmente, nas composições e na produção do álbum. Twiggy está muito visceral. Ele toca através de seu pau, em um senso metafórico, e às vezes literal. Ele veio realmente forte com o que ele faz melhor: riffs maravilhosos de guitarra. Mas a mentalidade dele era um pouco diferente da minha. Eu pude ver o que ele queria, por que nós somos como irmãos, e eu peguei a idéia dele e tentei moldá-la junto a ele. Na confecção deste álbum, eu tive uma idéia tão limpa que foi se formando… mas a diferença foi, eu não as compartilhe com ninguém envolvido.
Porque não?
Eu não sei… foi meio como A Arte da Guerra, onde se você dissesse tudo o que estava pensando, alguma hora isso iria influenciar aquilo que eles estavam fazendo, e iria também confundi-los. Meu cérebro tem muitas diferentes tangentes, obviamente, que se eu fosse tentar explicar alguma coisa enquanto estávamos escrevendo uma música juntos, isso iria reservá-los do que poderiam estar fazendo. Eu estaria dizendo a eles o que faria, ao invés de deixá-los fazer o que eles fariam. Por isso Twiggy e eu colaboramos tão bem – ele sabe o que pensa que eu quero, e eu sei o que ele quer de mim. Se eu disser a ele o que eu quero, ele fará algo diferente. Mas organicamente, inatamente, ele irá fazer o que eu quero se eu apenas der a ele a inspiração. Ele é a única pessoa que eu sempre posso confiar para fazer o que ele faz melhor, e seu der a ele a oportunidade de fazer. Nunca existiu qualquer ego que atrapalha-se isso. Agora, ele é um fedelho, e como um pequeno irmão para mim, ele é um pé no saco – assim como eu sou. Então nós temos nossa fricção, mas isso é como qualquer bom relacionamento.
2-

Born Villain é seu primeiro álbum sendo lançado pelo selo Cooking Vynil em conjunto com seu próprio selo Hell, etc. Qual foi o problema com a Interscope, sua antiga gravadora?
Eles não ligam para música. Eles nunca ligaram. Quer dizer, Jimmy Iovine [Presidente da Interscope-Geffen-A&M] ligava, quando ele produzia álbuns anos atrás. Eles ligam para Vitamin Water… e quando você consegue bastante dinheiro, apenas ego, eu não me importo qual era o problema. Apenas estou feliz em ter saído de lá. E tenho que ser objetivo, eu não levo pro pessoal, eu não lamento os álbuns que fiz – eu lamento a maneira que eles se tratam. Acho que fiz ótimos álbuns, e eles tentaram diluir muito a essência pela qual eles assinaram comigo. “Não seja tão ofensivo” – que merda isso quer dizer? “Não seja o que assinamos com você. Não seja o que você é.”
Isso quer dizer que Born Villain é o álbum menos filtrado de Manson que já ouvimos?
Bem, eles nunca foram filtrados, embora a Interscope tivesse sua… eu não quero alongar-se sobre a Interscope, mas… havia uma certa pressão, que caiu, eu diria após Antichrist Superstar… Foi uma pressão que todos estavam de costas, câmeras piscando, sugestões, publicitários, diziam: “Oh, você tem que fazer isso, você não irá fazer sucesso!” Você quase começa questionar o que você faz e por que você faz, e isso conduz você a perder sua identidade. E isso é algo que ninguém pode consertar, nenhum psiquiatra, nenhum temo legal, nenhum cientista, nada. Você tem que arrancar isso de você e voltar ao básico. O maior exemplo é que eu não posso me considerar simplesmente um músico, com minhas pinturas e tudo visualmente. È sempre uma grande luta. No começo a pergunta era: “Você não está preocupado que a imagem irá ofuscar a música?” Eu estava como, absolutamente não – estão de mãos dadas. Mas então, quando eu me tornei um pintor, eu não queria ser visto como um roqueiro com um hobby.
Você quer dizer, como Paul Stanley?
(Risos) Eu não sabia que ele pintava. Mas sim, eu era um artista antes de cantar, de alguma forma. Mas eu acho que, em algum senso do tipo Salvador Dali ou Andy Warhol. É tudo – Marilyn Manson sou eu, é o que quer que eu decida ser. E eu sinto finalmente que esse é meu momento onde não estou com medo de combinar tudo junto.
Esse é o 15º aniversário de Antichrist Superstar. Olhando para trás, há alguma coisa que você faria diferente?
Não… quer dizer… é como quando eu faço uma pintura – quando eu deixo algo inacabado e então eu tento voltar a ela, não funciona como deveria. Claro, há coisas que você deseja que nunca tivesse feito. Mas então, ao menos tempo, se tivesse mudado-as, você não seria o que você é. Eu não teria escrito as músicas de Mechanical Animals e Holy Wood se eu tivesse feito as coisas diferentes em Antichrist Superstar. Tudo que eu sei é que aprendi como ser melhor no que eu faço, e aprendi a ser mais focado. Eu sou um tornado, eu sou caos. Mas se você me coloca sem um cercado, como um touro selvagem [risos], você pode montar em mim. Mas se você não tem essa estrutura, se você não tem algumas pessoas, especialmente minha banda, que eu confio implicitamente, então é apenas caos. Não há propósito, qualquer um pode fuder e ser caos, e é quando você não é um artista. Mas se você pode aproveitar o caos, e transformar isso em algo que se comunica com pessoas…
3-

Como você vê o estado da nação agora, politicamente e culturalmente, comparado quando Antichrist saiu?
É estranho saber que muita merda que eu quase matei parece totalmente irrelevante para as pessoas agora. Após Columbine, tudo que eu tinha foi roubado de mim. Eu perdi tudo financeiramente. Minha turnê estava no auge naquela época. Meu telefone foi rastreado pelo FBI, como se tivesse feito algo errado, como se eu realmente tivesse envolvido. Eu tipo que lamentei o fato de… eu tinha medo de servir o exército quando era uma criança. Meu pai me ensinou, quando eu tinha 7 anos, como operar uma riffle que ele comprou na volta do Vietnã – do tipo que Lee Harvey Oswald, se ele tivesse atirado em John F. Kennedy, supostamente usaria. Então eu treinei para ser um sniper aos 7 anos. Eu tenho boa pontaria. Mas eu tinha medo de ser puxado para o exército, porque eu não queria ter os cabelos cortados.
Sério? Era isso que te assustava em servir as forças armadas?
Era realmente isso. [risos] Eu não entendia naquele tempo que, uau, essa é uma livre passagem para ir matar pessoas, e não ter nenhuma repercussão por isso! É foda, quando você pensa sobre isso! [risos] Porque é uma guerra, porque alguém diz é “patriotismo” ou “pelo seu país”. Ah Ok. Isso é realmente revoltante. E eu perdi isso! Estou bem chateado de que meu mullet não me deixou ter passe livre para matar! (risos). Eu posso ter senso de humor, e tenho todo o direito de ter um, desde que eu fui culpado por Columbine e não tive absolutamente nada a ver com aquilo. Aqueles caras, pelo menos tiveram seu momento antes que todo o local pegasse fogo. E obviamente, eles não se mataram – eles foram mortos a tiro. Foi uma cobertura do governo com Lockheed ridícula pra caralho e tanto faz. Disse “tanto faz” porque se eu disser o nome todo, eles provavelmente vão vir e me procurar.
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Você acha que o atual estado do país é menos puritano e nervoso – e estamos menos consumados a procurar por bodes expiatórios – hoje do que quando o Antichrist saiu?
Não. Eu não acho que eles se importam mais. É o que eu sempre digo – embora as pessoas sempre confundam isso como eu dizendo, “Eu amo Bush” – quando existem republicanos no escritório, torna-se a arte mais importante. Agora é uma espécie de São Francisco para todo o país. É como, “Sim, cara – amor livre! United Colors of Benetton! Vamos nos divertir! Vamos pensar sobre as árvores, cara! Vamos ser verdes!” Sexo anal é verde – a propósito – você não usa camisinha e você não faz filhos. Então isso é salvar o meio ambiente! Polegar verde – polegar marrom! [risos] Eu votei pela primeira vez na última eleição [presidencial] – talvez apenas para dizer que eu votei no cara negro. Ou talvez não, apenas pensei que faria isso, por que eu não gostei da cara de Sarah Palin, Foi estranho quando fui fazer isso. Eu fui e murmuraram meu nome, e eles disseram, “Oh, vá por ali.” Eu não mostrei uma identificação para nada. Então eu não entendi como o processo funcionava. Acho que sou mais uma monarquia ou hierarquia ou ditadura… ou um ‘dick-taster ship’. [risos]
Muitas pessoas, que sabiam que nós faríamos uma entrevista com você perguntaram, “Ele ainda é assustador?” Você ainda é? Ou é algo que já passou?
Sim. Não é sobre ser assustador. Eu nunca me achei assustador. Se eu fosse uma garota, e terminasse de fazer sexo comigo, eu ficaria bem assustador, por isso eu uso garotas como testes de AIDS – se elas começarem a morrer 18 meses depois. Eu penso. Oh merda. Eu estou preocupado! [risos] As pessoas esperam que eu seja um ‘shock rocker’, mas não há nada mais nada que você possa fazer para as pessoas ficarem chocadas. Tudo o que você pode fazer é ser confuso. Nunca deixe o mistério acabar. Nunca deixe as pessoas definirem o que você faz. Não é sobre você fazer ‘zigging’ quando você deveria fazer ‘zag’. Não é sobre fazer algo sem procedente e imprevisível. É sobre nunca ser uma palavra, ou algo que não está no processo de transformação.
Como o ator Shia LaBeouf acabou dirigindo o trailer para Born Villain?
Ele fez aquilo para mim por conta própria. Ele financiou. Ele era um fã que estava animado. Talvez de algum maneira ele não reconheceu a ironia e zombação – não intencionalmente – na citação de Macbeth que eu recito no final do vídeo: “Life’s but a walking shadow, a poor playing that struts and frets his hour upon the stage and then is heard no more. It is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing.” Eu não acho que ele sacou isso, mas se sim, então melhor…
Há um monte de filmes que eu estou fazendo que está envolvido com o álbum. Eu tenho algumas idéias que talvez envolva diretores e atores talentosos e desconhecidos. Meu filme favorito do ano passado foi Rubber. O diretor, Quentin Dupieux, quer que eu trabalhe com ele num filme, eu quero que ele talvez faça um vídeo para a música “The Gardener.” Eu não posso garantir que isso aconteça, mas gosto da idéia de não me importar com a convenção de “música tem que ter três minutos e 15 segundos e tem que ter vídeo para MTV,” esse mundo não existe mais.
De onde surgiu o titulo Born Villain?
Born Villain não foi minha idéia original para o titulo. Eu estava pensando em chamá-lo de Co-Morbid, mais isso soaria muito banda de death metal, por causa da palavra “morbid”. Claro, que a palavra refere-se a uma idéia da psiquiatria – e eu não acredito em psiquiatria e psicologia. Eu sou mente aberta para as coisas, mas psiquiatria não é algo que tenha sido provado que funcione. Mas co-morbidity é quando você tem mais de uma desordem mental, e eles não podem provar qual delas você tem. É apenas uma desculpa para dar remédios as pessoas, por isso não usei esse nome. Born Villain começou com eu dizendo para alguém. “Cavalheiros preferem as loiras… mas eu sou um vilão.” E vilões sempre foram, para mim, os mais interessantes, cativantes e excitantes – meus favoritos personagens em livros ou filmes.
E os vilões da vida real?
Não necessariamente na vida real, embora ao mesmo tempo voltemos a Charles Manson e Marilyn Moroe, pessoas que viveram no limite, pessoas que são perigosas, pessoas que são fora da lei. Eu acho que “fora da lei” é um ótimo termo que realmente identifica comigo. Eu estou num ponto da minha vida onde eu não quero ir para prisão, jamais. Eu já fui preso – Jacksonville Correctional Facility (em 1994 após postura indecente) – simplesmente por dois dias, mais foram duros dois dias. Apanhei. Falei demais e aprendi a lição, lavava meu rosto com Palmolive no banheiro, esse tipo de coisa. Mas eu gosto da idéia de “fora da lei”, mas que apenas a fantasia em Eat Me, Drink Me, quando falo de Bonnie e Clyde. Eu tenho feito coisas perigosas. Eu tentei matar pessoas antes, eu fui acusado de matar pessoas que eu nunca havia conhecido. Então eu já sou um pária – eu sou como Pariah Carey! [Risos] Mas eu sinto que se alguém mexer com alguém que eu amo, ou que signifique o mundo pra mim – sendo meus amigos, família, parceiros, minha gata, minha carreira – eu irei me defender da maneira que for preciso. Desta vez eu não irei fazer isso como um idiota; E também, quando se falando em pagamento, eu não sou um vingador convencional. Eu sou do tipo de pessoa que espera o neto de alguém crescer, e então bato neles com vários canos, bem ao estilo antigo.
Ok então, quais são alguns de seus vilões favoritos da ficção?
Bem, você tem Ming the Merciless (do filme Flash Gordon), você tem Lúcifer… As pessoas confundem Lúcifer com Satã, mas eu gosto de Lúcifer porque ele era forte. Ele era um anjo que foi expulso do Céu porque ele estava tipo “Por que raios você tem que sentar no trono, filho da puta?” Lúcifer é o favorito. Hannical Lecter é um bom nome. Acho que a maioria das histórias de Edgar Allan Poe, o vilão é sempre forte. Acho que o Robert De Niro no filme Cabo do Medo, ele foi um ótimo vilão. Aquele foi um ótimo filme porque Nick Nolte era tecnicamente mais um vilão. Gosto de filme onde o código de moral é ambíguo, onde a linha do protagonista-antagonista é totalmente distorcida. Dexter, vilão forte. Boardwalk Empire, como um programa que eu adoro. É difícil dizer qual o verdadeiro vilão nesse. Gosto do Chalky White – ele é negro. Só quis dar um alô aos vilões negros! (risos). Em A Branca de Neve, a bruxa é forte. Frankenstein é um vilão. Mas eles são todos vítimas da circunstância. É quase natureza versus adestramento. Eles são fabricados. São quase construídos para fazer o papel.
De fato, muitos vilões não nascem.
Não, não nascem. Essa é a ironia aqui. Obrigado por notar isso. Você não nasce um vilão. E o refrão da música é, “I’m a born villain | Don’t pretend to be a victim.” As pessoas assumem que você nasceu com isso, mas quando você cresce com as pessoas sempre dizendo a você que está fazendo coisas erradas, isso é adestramento, não natureza. Então o Born Villain é uma contradição em si. Mas honestamente, é difícil pensar em todos os grandes vilões. Não gosto de mulheres vilãs.
Porque não?
Porque eles vão cortar seu pau e te machucar, metaforicamente e espiritualmente (risos). Ok, vou te falar meu vilão favorito – Patrick Bateman do Psicopata Americano. É o vilão mais divertido. É um incerteza para as pessoas quando falam do filme e do livro que eu adoro. É imaginado? É uma declaração em como o cara da porta ao lado pode ser tudo que você não imagina que ele seja? É uma comédia? É uma história de terror? É um dos meus livros favoritos, eu diria. Acho o personagem muito humorístico porque ele cita músicas pop e seus motivos para matar. E quando você pensa nisso, músicas pop aparentemente inofensivas são as mais violentas. Quando você ouve algo como o Neil Diamond cantando, “Girl, You’ll Be a Woman Soon”, isso é estupro! É tipo pornografia infantil. Há muita escuridão em todas essas músicas pop.
Não que falte escuridão no Born Villain.
É, mas esse disco é muito sobre ressurreição e redenção, que são palavras parecidas, mas são diferentes. Redenção requer um senso de arrependimento, não pela força ou atrito, a percepção de que você precisa ser uma pessoa melhor. Que é o caso de todo personagem que eu adoro – Kenny Powers no Eastbound & Down. Hank Moody em Californication, Dexter – todos eles têm falhas e tentam ser melhores. Todos adoram ver uma volta. Todos adoram ver o triunfo do perdedor. Todo querem ver o cachorro parar de mijar no chão. Eu sou esse cachorro. Mas eu continuo mijando no chão!
fonte:http://www.manson.com.br/
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